sábado, 30 de janeiro de 2010

O Dilema do Par Perfeito


Deu pra perceber que ando vivendo sob o signo dos dilemas...rs...
As vezes não são os meus dilemas. Mas são dilemas que me atingem de alguma forma: por uma historia que pesco no papo do casal ao lado quando atravesso a rua; na confissão de alguma amiga; em um filme... enfim... coisas que me atravessam de alguma maneira.
Ultimamente o " PAR PERFEITO" tem me atingido em cheio. Óbvio que nao vou dedurar minha fonte, masss... tem sido no mínimo educativo escutar sobre isso... e mais... rir com isso.
Pra me ajudar (e isso nao foi proposital) peguei o filme "A verdade Nua e Crua" (The Ugly Truth - essa é para meus fãs internacionais...rs), que na verdade peguei pra poder ver algo e nao pensar a respeito... mas plim... acendeu a luzinha do Eureka...
Muito que bem, vamos contextualizar a historia: desde sempre ouço o dilema das pessoas em encontrar o seu Par Perfeito. Tanto homens quanto mulheres, buzinam nos meus ouvidos as agruras de se encontrar o Par Perfeito. Como ele é, o que pensa, o que faz... essas coisas que todo mundo pelo menos uma vez na vida escutou, ou pensou, ou falou.
Então, no filme Abby (Katherine Heigl) é uma super produtora de tv; é gata, tem grana, trabalha no que gosta, masss... está solteira. Para isso procura candidatos em sites de relacionamento, imprime seus perfis, e ainda... o candidato deve preencher quesitos, em uma listinha de 10 que ela mesma elaborou. Nessa lista estão: ser inteligente, gostar de cachorros mas preferir os gatos, ser romantico... aquela coisa toda. Bem, não precisa ser gênio pra descobrir porque ela está solteira.
Do outro lado está Mike Chadway (Gerard Butler), uma intransigente personalidade da TV que promete despejar a verdade nua e crua sobre o que faz os homens e as mulheres balançarem. Óbvio que ele vai trabalhar com Abby, e óbvio que isso dá um caldo.
Vamos aos acontecimentos: ela quer dar uns pegas no vizinho médico (em sua fantasia o Sr. Perfeito que ela procura). E ele, Mike, promete que se ela fizer tudo o que ele disser, ela terá o Sr. Perfeito. Enfim... Abby mente, usa aplique, se fantasia de uma mulher livre e não controladora, tudo as custas dos conselhos de Mike. No fim ela pega o "Sr. Perfeito", mas como sempre... não era isso que ela queria. E ela se apaixona por quem??!!!! Até Chapolim Colorado sabe essa: pelo Mike... óbvio.
Então vamos a análise do caso. Não acredito que o Par Perfeito seja perfeito. Não acredito que preciso mentir, me fantasiar, ser quem eu não sou pra achar o Par Perfeito. Por que Abby se apaixona por Mike, e vice versa (o hifem saiu do vice versa tb??)?! Porque não havia mascaras entre eles, nao havia apliques e saltos altos fingidos. Ele gostou dela do jeito que ela era, e ela dele.
Escutei isso: "Mas Kell, esse filme é muito machista!!!" E quem não é?! Quando você finge para o outro ser quem não é, pra conseguir algo em troca (aqui, no caso, o Par Perfeito), isso não é ser machista?! Sim... eu voto em sim... agora vou ter que defender os homens. Eles são acusados todos os dias de mentirem para as mulheres... de dizerem que querem algo, mas no fim só quererem sexo... E as mulheres?! Com seus apliques e maquiagens, submetidas a uma ditadura da beleza e da magreza, pra no fim de todo esse sofrimento terem um macho do lado... Isso não é ser machista?! Deixa eu melhorar, até porque podem achar que esse post é essencialmente hetero. Bem... Pra no fim das contas terem alguém do lado.
E não, não acho que uma relação gay seja totalmente diferente de uma hetero. Acho que relação é relação. É relação entre pessoas. E no fim das coisas ouço as mesmas coisas dos 2 lados: "Quero alguém pra vida inteira!"; "Quero que a pessoa me ame e me compreenda"; "Quero alguém do meu lado". A-Ha!(não, não é o grupo musical!!!...rs). É a mesma ladainha repetida, over and over again. As pessoas fantasiam demais e se mostram de menos. Querem demais, e aceitam de menos. Exigem demais, e relevam de menos. Sim, amigos, romanos!! O Par Perfeito só existe na sua imperfeição. O Par Perfeito só é perfeito se você olhar pra imperfeição do outro e disser: Sim... eu posso conviver com isso!...
O Sr. Perfeito dá nos nervos. Quantas e quantas vezes já vi descreverem um perfil do meu lado, quando acham, a primeira coisa que escuto é: "Nossa, mas ele/a é muito chato/a"; "É muito meloso/a"; "Ah!Não tenho paciencia não"; "Não era bem o que eu pensei".
Enfim... minha meia duzia de seguidores... a rebeldia se instala dentro de mim quando não há espaço para aceitar o outro como ele é. Podem pensar: "Mas não aceitam o outro, porque nao se aceitam". Pode ser... ou não. O que quero com tudo isso é: Não existe Par Perfeito, enquanto você não suportar o que há de imperfeito! E tenho dito.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Ainda no dilema do "Eterno Retorno do mesmo"


Se posso ou nao amar o que retorna como mesmo...
Se quero mesmo que retorne...
Se posso escapar de alguma forma do que retorna...

Posso bloquear o que retorna?!
Posso impedir que seja o mesmo?!
Posso enganar?!
Mentir?!
Lutar?!

Tem que ter uma forma de fuga...
Tento acreditar que a fuga é possível...
Mesmo que o que retorne se vista com outras roupas e tente me enganar, e eu pense: "Não é o mesmo!!!"

Mas paro e penso... acredito que seja uma conclusão brilhante: O que retorna sempre como mesmo não são pessoas, objetos ou situações... SOU EU!!!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O Eterno Retorno do mesmo...


Nietzsche já nos avisava: "E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?"

O conceito do Eterno Retorno leva a uma indagação sobre a vida: amamos ou não amamos a vida? Se tudo retorna - o prazer, a dor, a angústia, a guerra, a paz, a grandeza, a pequenez—se tudo torna, isto é um dom divino ou uma maldição? Amamos a vida a tal ponto de a querermos, mesmo que tivéssemos que vivê-la infinitas vezes sem fim? Sofrendo e gozando da mesma forma e com a mesma intensidade? Seríamos capazes de amar a vida que temos - a única vida que temos - a ponto de querer vivê-la tal e qual ela é, sem a menor alteração, infinitas vezes ao longo da eternidade? Temos tal amor ao nosso destino? - Eis a grande indagação que é o Eterno Retorno.